Arte, Mímeses e Verossimilhança
Written by Adonai Estrela Medrado   
Sunday, 29 November 2009 03:57

Sobre

Este material é adaptação de trabalho presentado em outubro/2009 como requisito para aprovação na disciplina Teoria da Literatura do Curso de Letras/UNIFACS.

Arte, Mímeses  e Verossimilhança 

Em Platão, a arte como mimese desloca o artista para o papel de um imitador de terceiro grau, uma vez que este imitaria o mundo material o qual já seria uma representação do mundo das idéias. Haveria prejuízo para a percepção o que relegaria à arte uma menor importância. Mais que isto, a arte figuraria como obstáculo à verdade, onde os objetos teriam aparência ilusória. O poeta imitativo seria capaz, utilizando-se da emoção, de levar o cidadão ao engano.

A Poética de Aristóteles compreende a poesia como mimese, mas em oposição a Platão, não a relega a uma mera imitação de terceiro grau. A arte, por meio da linguagem e da língua, imita a realidade, mas também representa e elabora o mundo imaginário. Aristóteles percebe a poesia como elemento representativo que imita a ação humana. Ele considera a relação entre autor e receptor, assim como principalmente o efeito da arte no público.

A verossimilhança é a característica que a arte tem de estabelecer semelhanças com o real. Este elemento artístico é construído pelo processo de mimese onde o artista se aproxima da realidade, mas sem dela ser refém. O afastamento da realidade entra como parte do processo artístico. O artista cria quando se distancia do real. Quando existe perfeita correspondência entre realidade e produção, há mais proximidade com ciência do que com a arte. Esta última cria seu próprio mundo, verificável somente em si mesmo.

Last Updated on Sunday, 29 November 2009 05:07