Flexão de gênero e número no português
Written by Adonai Estrela Medrado   
Wednesday, 23 June 2010 12:48

Sobre

Este trabalho foi apresentado como respostas a uma atividade da disciplina Língua Portuguesa II na Universidade Salvador (UNIFACS) em maio/2010.

Flexão de gênero e número no português

A flexão de gênero ocorre com o acréscimo da desinência de gênero /-a/ a um vocábulo masculino que teve sua vogal temática, quando presente, suprimida do radical. Por exemplo, em “garoto” substituímos a vogal temática -o pela desinência -a para formar o vocábulo de gênero feminino “garota”. Segundo Silva e Koch[1], existem três casos de alomorfia 1) a substração da forma masculina (como em mau, má); 2) alternância vocálica (como em avó e avô); e 3) distinção sem flexão (distinção ocorre pelo artigo/contexto como em o/a mártir, o/a interprete).

A flexão de número se dá pela adição do morfema de plural /s/ aos vocábulos terminados em vogal ou no ditongo [ãj]. Por exemplo, no vocábulo singular “garoto”, que, portanto, tem desinência de número (vazio), acrescentando-se o morfema /s/ obtém-se “garotos”. As mesmas autoras anteriores afirmam que algumas estruturas vocabulares ocasionam alomorfia: 1) nomes terminados no singular em –s precedido de vogal tônica fazem o plural com -es (como em país, países); 2) nomes terminados em l precedido por uma vogal diferente de i fazem plural com -is (como em lençol, lençóis); 3) nomes terminados em l precedidos por i porém gerar mudanças morfofonêmicas (como em fuzil, fuzis, fóssil, fósseis); 4) nomes terminados em x ou s quando precedida por vogal tônica não sofrem variação – morfemas latentes (distinção ocorre pelo artigo/contexto como em tórax); e 5) nomes com vogal média posterior tônica é o fechado (/ô/), no plural o o fica aberto (/ó/) (como em corpo, corpos).

Notas


[1]SILVA, Maria Cecília Péres de Souza e. KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. Linguística aplicada ao português: morfologia. 8a. ed. São Paulo: Cortez, 1995.